sábado, 7 de maio de 2011

Importancia do resguardo (preceito)


As pessoas e dirigentes que freqüentam uma casa de axé, estao quase sempre de preceito, nem que seja uma vez a cada dois meses, de resguardo. Ele é uma pedra no caminho de muita gente. O fato de ter algo proibido de ser feito na sua vida, por você, mesmo que por uma parcela pequena de tempo é incômodo. Mas é algo necessário.

O resguardo, ou o que muitos chamam de preceito, é necessário por uma questão de respeito, de manter o corpo “limpo” de interferências outras que não sejam dos orixás. O resguardo nos faz senhores de nós mesmos, aprendemos a dominar a nossa vontade, sacrificamos essa vontade visando um bem maior, não somente nosso, o da nossa comunidade, nossa família de santo.

Ele também mostra aos nossos Inkisses/Orixás/Voduns a força da nossa vontade, que conseguimos usar a razão acima da emoção, da busca pelo prazer, que conseguimos sacrificar um pequeno momento de prazer por um bem maior que vislumbramos para nossa vida. È uma contribuição em troca da força que nos concedem. E acima de tudo é respeito.

É respeito ao trabalho feito em prol do nosso bem, é respeito pelo Orixá/Inkisse/Vodum que está sendo agradado naquela obrigação, é respeito pelo axé que colocaram em nossos oris.

A maior parte dos clientes do candomblé segue, mas não compreendem o porquê dessas restrições, mas nós, iniciados, temos a obrigação de buscar saber como isso é encarado na casa de axé, como o Zelador vê as restrições. Como explica essas restrições.

Geralmente o resguardo inclui a inibição de sexo, bebida, pimenta, cores fortes como preto e vermelho. Esses elementos têm uma ligação íntima com o Orixá Exu.

Um Orixá que está presente em tudo na casa de axé e que não deve ser solicitado ou se desviar do objetivo que é encaminhar nossos pedidos aos Orixás, naquele momento, naquele ritual. Depois de feito o trabalho, os rituais de oferta, ele é o responsável por encaminhar o axé dessas atividades ao mundo dos orixás.

Quando estamos em trabalhos coletivos fazemos uma corrente naquele momento e cada pessoa é um elo, se um quebra o resguardo a corrente se desfaz,e o trabalho perde a força que deveria ter. Ninguém é prejudicado diretamente, pois o Orixá não é punitivo, mas a força não é a mesma. O trabalho não é visto e recebido da mesma forma pelos Orixás.

Por causa disso, vemos casas que fazem trabalhos iniciações que as pessoas só ficam sabendo da saída, o zelador escolhe quem vai participar da corrente. E isso se reflete em perda de aprendizado. Se a pessoa é pouco solicitada na casa, ela passa menos tempo ali dentro e menos ela aprende.


Claro que temos casos de pessoas que impõem resguardos desnecessários, inventam quizilas de acordo com o seu gosto. O que é um desrespeito com quem é obrigado a seguir essas invencionices, e afronta aos Orixás/Inkisses/Voduns que são usados para justificar uma mentira baseada no gosto ou desgosto do zelador.

Temos esse tipo de resguardo coletivo, que enfraquece trabalhos coletivos quando é quebrado; e temos ainda os resguardos de trabalhos individuais. Muitos irmãos vêem ao blog porque quebraram o resguardo e querem saber o que vai acontecer. Como bem respondeu o irmão mais velho,Tomege, Orixá quer ser obedecido. E não se barganha com eles. Quebrou o resguardo, o trabalho foi vão, não se conserta elos de confiança do dia pra noite, é preciso tempo para que Orixá perdoe nossa falha.

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