sexta-feira, 16 de setembro de 2011

ORIKI ÒGÚN

Ògún laka aye(Ogun poderoso do mundo)
Osinmole(O próximo a Deus)
Olomi nile fi eje we
(Aquele que tem água em casa, mas prefere banho com sangue)
Olaso ni le
(Aquele que tem roupa em casa)
Fi imo bora
(Mas prefere se cobrir de mariô)


La ka aye(Poderoso do mundo)
Moju re
(Eu o saúdo)
Ma je ki nri ija re
(Que eu não depare com sua ira)
Iba Ògún
(Eu saúdo Ogun)
Iba re Olomi ni le fi eje we
(Eu o saúdo, aquele que tem água em casa, mas prefere banho de sangue)
Feje we. Eje ta sile. Ki ilero
(Que o sangue caia no chão para que haja paz e tranquilidade)
AseAxé

ORIKI ÒGÚN 2
Ògún pèlé o !
Ogum, eu te saúdo !
Ògún alákáyé,
Ogum, senhor do universo,
Osìn ímolè.
loder dos orixás.
Ògún alada méjì.
Ogum, dono de dois facões,
O fi òkan sán oko.
Usou um deles para preparar a horta
O fi òkan ye ona.
e o outro para abrir caminho.
Ojó Ògún ntòkè bò.
No dia em que Ogum vinha da montanha
Aso iná ló mu bora,
ao invés de roupa usou fogo para se cobrir.
Ewu ejè lówò.
E vestiu roupa de sangue.
Ògún edun olú irin.
Ogum, a divindade do ferro
Awònye òrìsà tií bura re sán wònyìnwònyìn.
Orixá poderoso, que se morde inúmeras vezes.
Ògún onire alagbara.
Ògún Onire, o poderoso.
A mu wodò,
O levamos para dentro do rio
Ògún si la omi Logboogba.
e ele, com seu facão, partiu as águas em duas partes iguais.
Ògún lo ni aja oun ni a pa aja fun.
Ogum é o dono dos cães e para ele sacrificamos.
Onílí ikú,
Ogum, senhor da morada da morte.
Olódèdè màríwò.
o interior de sua casa é enfeitado com màríwò.
Ògún olóola.
Ogum, senhor do caminho da prosperidade.
Ògún a gbeni ju oko riro lo,
Ogum, é mais proveitoso ao homem cultuá-lo do que sair para plantar
Ògún gbemi o.
Ogum, apoie-me
Bi o se gbe Akinoro.
do mesmo modo que apoiou Akinoro.

domingo, 29 de maio de 2011

Sem Ebó não há Candomblé.

Sauila!
Será que todos sabem o que é um Ebó e suas inúmeras finalidades, e aí pergunto: para que serve o Ebó?
É importantíssimo esse entendimento para quem estuda, pratica e vive o Orixá.
Respondemos inúmeras perguntas sobre qualidades de Orixás, fundamentos, lendas, feituras, borís, axés, procuramos desmestificar e dar coragem ao leitor de interagir e familiarizar-se com essa cultura, porém, sem ebó não teremos religião e essa pergunta ninguém fez: Preciso fazer ebó para tomar um Obí? Eborí? Iniciação? Como saber qual ebó devo fazer? Por que tenho que fazer ebó?
Em primeiro lugar precisamos acreditar no Ebó e na pessoa que prescreveu o Ebó e principalmente entende-lo, pelo menos ter um caminho de entendimento. Ter a prova concreta de ter feito o ebó ter melhorado, ou ter se livrado de um perigo, amenizado um situação de queda geral, de acidente, de perigo, de perda, de injustiça, de doença, de mal agouro, de egun, de demanda, de negatividade principalmente.
Existem ebós positivos e negativos, aqueles que se dão caminho e os que não se dão caminho, ebós de odú, ebós que são presenteados, ebós Exú, Ikú, egun, Ebós de carrego, ebós de Axexe, ebós de Osé, ebós abikú, ebós omim, ebós de prosperidade, ebós de lua, sol, chuva, ebós da madrugada, ebós e ebós e tantos ebós de limpeza e preparaçãoaté para abrir um jogo de búzios.
O ebó não espera um dia ser feito, se foi prescrito tem que fazer o mais rápido ou não faça mais.
O ebó existe permanentemente dentro de um Ilê Axé, no momento que entramos na casa, saudamos a entrada com água para esfriar o caminho, isso é um Ebó.
O Ebó é místico, essa é minha visão, ele tem influencias de Exú e Orunmilá. Na própria confecção do ebó tem a energia de quem está fazendo, arrumando, tem a energia de quem vai passar, de quem vai levar.
O banho de ervas é um ebó de pai Ossãe e é de suma importãncia tomá-lo após um ebó, é o sangue verde das folhas, a essência viva da natureza.
Se faz ebó com apenas um ovo, se faz ebó com apenas uma pedra de ofun ralado, com uma pimenta da costa, se faz ebó com a fé nas coisas simples que é a grande sabedoria Yorubá.
Os iniciados no Orixá tomam ebó sempre e para sempre pois, manter-se limpo é estar em sintonia com seu Orixá, é concebe-lo numa suavidade preponderante em seu axé individual.
Asé.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sobre Exú.

Lembrem-se, nomes de Exu é uma coisa difícil, normalmente os nomes reais ficam em segredo.
Mas vale como conhecimento.

Onícogì Onítábálègí



CLASSIFICAÇÃO MORAL (BEM OU MAL): EXÚ PAGÃO OU EXÚ BATIZADO?
Alguns espíritos, que usam indevidamente o nome de Exu, procuram realizar trabalhos de magia dirigida contra os encarnados. Na realidade, quem está agindo é um espírito atrasado. É justamente contra as influências maléficas, o pensamento doentio desses feiticeiros improvisados, que entra em ação o verdadeiro Exu, atraindo os obsessores, cegos ainda, e procurando trazê-los para suas falanges que trabalham visando a própria evolução.
O chamado “Exú Pagão” é tido como o marginal da espiritualidade, aquele sem luz, sem conhecimento da evolução, trabalhando na magia para o mal, embora possa ser despertado para evoluir de condição.
Já o Exu Batizado, é uma alma humana já sensibilizada pelo bem, evoluindo e, trabalhando para o bem, dentro do reino da Quimbanda, por ser força que ainda se ajusta ao meio, nele podendo intervir, como um policial que penetra nos reinos da marginalidade.
Não se deve, entretanto, confundir um verdadeiro Exú com um espíritos zombeteiros, mistificadores, obsessores ou perturbadores, que recebem a denominação de Kiumbas e que, às vezes, tentam mistificar, iludindo os presentes, usando nomes de “Guias”.
Para evitar essa confusão, não damos aos chamados “Exus Pagões” a denominação de “Exu”, classificando-os apenas como Kiumbas. E reservamos para os ditos “Exus Batizados” a denominação de “Exu”.

CLASSIFICAÇÃO PELOS PONTOS DE VIBRAÇÃO DOS EXUS
Exus do Cemitério:
São Exus que, em sua maioria, servem à Obaluaiê. Durante as consultas são sérios, reservados e discretos, podem eventualmente trabalhar dando passes de limpeza (descarregando) o consulente. Alguns não dão consulta, se apresentando somente em obrigações, trabalhos e descarregos.

Exus da Encruzilhada:

São Exus que servem a Orixás diversos. Não são brincalhões como os Exus da estrada, mas também não são tão fechados como os do cemitério. Gostam de dar consulta e também participam em obrigações, trabalhos e descarregos. Alguns deles se aproximam muito (em suas características) dos Exus do cemitério, enquanto outros se aproximam mais dos Exus da estrada.
Exus da Estrada:
São os mais “brincalhões”. Suas consultas são sempre recheadas de boas gargalhadas, porém é bom lembrar que como em qualquer consulta com um guia incorporado, o respeito deve ser mantido e sendo assim estas “brincadeiras” devem partir SEMPRE do guia e nunca do consulente. São os guias que mais dão consultas em uma gira de Exu, se movimentam muito e também falam bastante, alguns chegam a dar consulta a várias pessoas ao mesmo tempo.

ORGANIZAÇÃO E HIERARQUIA DOS EXUS:
Os Exus, estão também, divididos em hierarquias. Onde temos desde Exus muito ligados aos Orixás até aqueles Exus ligados aos trabalhos mais próximos às trevas.
Os exus dividem-se hierarquicamente, em três planos ou três ciclos e em sete graus e a divisão está formada “de cima para baixo” :

TERCEIRO CICLO
Contém o Sétimo, Sexto e Quinto graus.
Neste Ciclo encontramos os chamados Exus Coroados. São aqueles que tem grande evolução, já estão nas funções de mando. São os chefes das falanges. Recebem as ordens diretas dos chefes de legiões da Umbanda. Pouco são aqueles que se manifestam em algum médium. Apenas alguns médiuns, bem preparados, com enorme missão aqui na Terra, tem um Exu Coroado como o seu guardião pessoal. São os guardiões chefes de terreiro. Não mais reencarnam, já esgotaram há tempos os seus karmas.
Sétimo Grau - Estão os Exus Chefe de Legião e para cada Linha da Umbanda, temos Um Exu no Sétimo Grau, portanto, temos Sete Exus Chefes de Legião
Sexto Grau - Estão os Exus Chefes de Falange. São Sete Exus Chefes de Falange subordinados a cada Exu Chefe de Legião, portanto, temos 49 Exus Chefes de Falange.
Quinto Grau - Estão os Exus Chefes de Sub-Falange. São Sete Exus Chefes de Sub-Falange subordinados a cada Exu Chefe de Falange, portanto, são 343 Exus Chefes de Sub-Falange.

SEGUNDO CICLO
Contém o Quarto Grau.
Neste Ciclo encontramos os chamados Exus Cruzados ou Batizados. São subordinados dos Exus Coroados. Já tem a noção do bem e do mal. São os exus mais comuns que se manifestam nos terreiros. Também, tem funções de sub-chefes. Fazem parte da segurança de um terreiro. O campo de atuação destes exus está nas sombras (entre a Luz e as Trevas). Estão ainda nos ciclos de reencarnações.
Quarto Grau – Estão os Exus Chefes de Agrupamento. São Sete Exus Chefes de Agrupamento e estão subordinados a cada Exu Chefe de Sub-Falange, portanto, são 2401 Exus Chefes de Agrupamento.

PRIMEIRO CICLO
Contém o Terceiro, Segundo e Primeiro Graus.
Temos dois tipos de Exus neste ciclo :
o Exus Espadados – São subordinados do Exus Cruzados. O seu campo de atuação encontra-se entre as sombras e as trevas.
o Exus Pagãos (Kiumbas) - São subordinados aos exus de nível acima. São aqueles que não tem distinção exata entre o bem e o mal. São conhecidos, também como “rabos-de-encruza”. Aceitam qualquer tipo de trabalho, desde que se pague bem. Não são confiáveis, por isso.
São comandados de maneira intensiva pelos Exus de hierarquias superiores. Quando fazem algo errado, são castigados pelos seus chefes, e querem vingarem-se de quem os mandou fazer a coisa errada.São kiumbas, capturados e depois adaptados aos trabalhos dos Exus.
O campo de atuação dos Exus Pagãos, é as trevas. Conseguem se infiltrar facilmente nas organizações das trevas. São muito usados pelos Exus dos níveis acima, devido esta facilidade de penetração nas trevas.
Terceiro Grau - Estão os Exus Chefes de Coluna. São Sete Exus Chefes de Coluna e estão subordinados a cada Exus Chefes de Agrupamento, portanto, são 16807 Exus Chefes de Coluna.
Segundo Grau - Estão os Exus Chefes de Sub-Coluna. São Sete Exus Chefes de Sub-Coluna e estão subordinados a cada Exu Chefe de Coluna, portanto, são 117649 Exus Chefes de Sub-Coluna.
Primeiro Grau - Estão os Exus Integrantes de Sub-Colunas e são milhares de espíritos nesta função.
Os Exus, em geral, não são bons nem ruins, são apenas executores da Lei.
Ogum, responsável pela execução da Lei, determina as execuções aos Exus.
7º Grau
7 – Chefes de Legião
Exus Coroados
6º Grau
49 – Chefes de Falange
Exus Coroados
5º Grau
343 – Chefes de Sub-Falange
Exus Coroados
4º Grau
2401 – Chefes de Grupamento
Exus Cruzados ou Batizados
3º Grau
16807 – Chefes de Coluna
Exus Espadados e Pagãos
2º Grau
117649 – Chefes de Sub-Coluna
Exus Espadados e Pagãos
1º grau
? – Integrantes de Coluna
Exus Espadados e Pagãos

Além destes aspectos já abordados, vale à pena mencionar os diversos níveis vibracionais, onde os espíritos ligados à Terra, habitam.
Estes níveis são e foram criados de acordo com cada grau evolutivo. Os níveis estão mais relacionados com o mundo da consciência do que com o mundo físico, ou seja, são mais estados de consciência do que um lugar fisicamente localizado.
Como são níveis gerados por espíritos ligados de alguma forma com a evolução da Terra, estes níveis estão vinculados ao próprio planeta. Portanto, quando vemos descrições de camadas umbralinas localizadas em abismos sob a crosta terrestre, devemos entender que embora elas estejam localizadas com estes espaços físicos, elas estão no lado espiritual deste plano físico.
Temos então, Sete Camadas Concêntricas Superiores e Sete Camadas Concêntricas Inferiores.
A divisão está sempre formada “de cima para baixo” :
Camadas Concêntricas Superiores
Sétima, Sexta e Quinta Camadas – Zonas Luminosas
Seres iluminados, isentos das reencarnações. Cumprem missões no planeta. Estão se libertando deste planeta, muitos já estagiam em outros mundos superiores.
Quarta Camada – Zona de Transição
Espíritos elevados, que colaboram com a evolução dos irmãos menores.

Terceira, Segunda e Primeira Camadas – Zonas Fracamente Iluminadas

A maioria dos espíritos que desencarnam, estão nestas camadas. Estão em reparações e aprendizados para novas reencarnações.
Superfície
Espíritos encarnados
Camadas Concêntricas Inferiores
Sétima Camada – Zona Sub-Crostal Superior
Espíritos sofredores de um modo geral que serão em seguida socorridos e encaminhados a planos mais elevados para adaptação e aprendizado, antes de reencarnarem.

Sexta, Quinta e Quarta Camadas – Zona das Sombras, Zona Purgatoriais ou de Regeneração

Espíritos sofredores purgando parte de seus karmas, e que serão encaminhados o mais rápido possível à reencarnação para novas provas e expiações.
Quarta Camada – Zona de Transição
Entre as sombras e as trevas. Zona de seres revoltados e dementados.
Terceira, Segunda e Primeira Camadas – Zona das Trevas ou Zona Sub-Crostal Inferior
Estes espíritos estão em estágio de insubmissos, renitentes e rebelados às Leis Divinas. Não reconhecem Deus como o Ser mais superior.
A atuação dos Exus, está praticamente em todas as camadas inferiores, com exceção das Terceira, Segunda e Primeira Camadas, que eventualmente eles “descem” para missões especiais ou mandam os rabos-de-encruza, pois estão mais “ambientados” com as baixas e perniciosas vibrações. Não que os Exus não possam “descer” até lá, mas porque é desnecessário criar uma guerra com os seres infernais, apenas porque se invadiu aquelas zonas.
A maioria dos livros espíritas, que tratam do assunto dos níveis vibracionais, não chega sequer a mencionar algo além das camadas intermediárias ou médio e alto umbral. Descrevem na maioria das vezes as camadas que ficam as sombras e não as trevas, pois os espíritos que fazem tais incursões não podem ou não devem “baixar” mais, pois somente cabe aos exus, espíritos especializados “descer” tanto.

CORRESPONDÊNCIA ENTRE OS EXUS E AS DIFERENTES IRRADIAÇÕES DOS ORIXÁS

Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Oxalá:

Exú 7 Encruzilhadas
Comando negativo da linha
Exú Sete Chaves
intermediário para Ogum
Exú Sete Capas
intermediário para Oxossi
Exú Sete Poeiras
intermediário para Xangô
Exú Sete Cruzes
intermediário para Yorimá
Exú Sete Ventanias
intermediário para Yori
Exú Sete Pembas
intermediário para Yemanjá


Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Yemanjá:
Pombo Gira Rainha
Comando negativo da linha
Exú Sete Nanguê
intermediário para Ogum
Maria Mulambo
intermediário para Oxossi
Exú Sete Carangola
intermediário para Xangô
Exú Maria Padilha
intermediário para Yorimá
Exú Má-canjira
intermediário para Yori
Exú Maré
intermediário para Oxalá


Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Ibeiji:
Exú Tiriri
Comando negativo da linha
Exú Toquimho
intermediário para Ogum
Exú Mirim
intermediário para Oxossi
Exú Lalu
intermediário para Xangô
Exú Ganga
intermediário para Yorimá
Exú Veludinho
intermediário para Oxalá
Exú Manguinho
intermediário para Yemanjá


Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Xangô:
Exú Gira Mundo
Comando negativo da linha
Exú Meia-Noite
intermediário para Ogum
Exú Mangueira
intermediário para Oxossi
Exú Pedreira
intermediário para Oxalá
Exú Ventania
intermediário para Yorimá
Exú Corcunda
intermediário para Yori
Exú Calunga
intermediário para Yemanjá


Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Ogum:

Exú Tranca-Ruas
Comando negativo da linha
Exú Branco
intermediário para Oxalá
Exú Veludo
intermediário para Oxossi
Exú Tranca-gira
intermediário para Xangô
Exú Porteira
intermediário para Yorimá
Exú Limpa-trilhos
intermediário para Yori
Exú Arranca-toco
intermediário para Yemanjá


Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Oxossi:
Exú Marabô
Comando negativo da linha
Exú Pemba
intermediário para Ogum
Exú da Campina
intermediário para Oxalá
Exú Capa Preta
intermediário para Xangô
Exú das Matas
intermediário para Yorimá
Exú Lonan
intermediário para Yori
Exú Bauru
intermediário para Yemanjá


Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Yorimá:

Exú Caveira
Comando negativo da linha
Exú do Lodo
intermediário para Ogum
Exú Brasa
intermediário para Oxossi
Exú Come-fogo
intermediário para Xangô
Exú Pinga-fogo
intermediário para Oxalá
Exú Bára
intermediário para Yori
Exú Alebá
intermediário para Yemanjá


RELAÇÕES EXISTENTES ENTRE AS LINHAS DA QUIMBANDA E UMBANDA
Uma vez se entendendo que há uma perfeita harmonia entre as ações dos elementos que compõe as linhas da Quimbanda e da Umbanda, cada elemento destes há um paralelo, um elo de ligação entre a Umbanda e a Quimbanda.
Linhas da Umbanda
Linhas da Quimbanda
Linha de Oxalá
Linha Malei
Linha de Ogum
Linha do Cemitério
Linha de Oxossi
Linha dos Caboclos Quimbandeiros
Linha de Xangô
Linha de Mossorubi
Linha de Yorimá
Linha da Almas
Linha de Ibêji
Linha Mista
Linha de Yemanjá
Linha Nagô

Há ainda outros elos de ligação entre os Orixás da Umbanda com os Exus da Quimbanda.
No caso de Ogum, há uma manifestação de Ogum, para corresponder com cada uma das sete Linhas da Quimbanda. Vejamos:
Ogum de Malei
Linha Malei
Ogum Megê
Linha do Cemitério
Ogum Rompe Mato
Linha dos Caboclos Quimbandeiros
Linha de Mossorubi
Ogum Megê
Linha da Almas
Ogum Xoroquê
Linha Mista
Ogum de Nagô
Linha Nagô

Pantera Negra EXU ou Caboclo?

pantera_negra1-15 
No rico universo místico da Umbanda, existem entidades pouco conhecidas e estudadas.  Com o tempo, é natural que algumas delas sejam esquecidas por nós. Uma delas é Pantera Negra, celebrado por uns como caboclo e por outros como exu.
Seu Pantera era mais conhecido pelos umbandistas de antigamente, quando
muito terreiro era de chão batido, caboclo falava em dialeto, bradava alto e
cuspia no chão.
Nas sessões ele comparecia sempre sério, voz de trovão, abraçando bem
apertado o consulente que atendia. Não gostava muito de falatório, queria
mesmo é trabalhar.
O tempo foi passando e raramente o encontramos nos centros, tendas e outros agrupamentos de nossa Umbanda. Aonde terá Seu Pantera ido?
O falecido Pai Lúcio de Ogum (Lúcio Paneque, de querida memória), versado
nos mistérios da esotérica Kimbanda, que se diferencia da popular Quimbanda e está distante da vulgar Magia Negra, dizia que Pantera Negra era chefe de uma Linha de Caboclos que atuam na Esquerda.
Estes caboclos, explicava Pai Lúcio, eram espíritos oriundos de tribos
brasileiras muito isoladas e desconhecidas, ou de tribos das ilhas do
Caribe, Venezuela, México e mesmo dos Estados Unidos.
Índios fortíssimos, arredios e alguns até brutos, as vezes gostam de marcar
seus “cavalos”, ordenando que coloquem na orelha uma pequena argola e no
braço uma espécie de pulseira de ferro.
Ainda costumam receber suas oferendas em encruzilhadas na mata, na
vizinhança de uma grande árvore. Podem ser assentados em potes de barro com ervas especiais, terra de aldeia indígena e outros elementos secretos, que são consagradas por sacerdotes iniciadas nos mistérios destes espíritos.
Pai Lúcio ainda dizia, que a maioria dos médiuns destes caboclos são homens.
Os mais conhecidos, além de Pantera Negra, são : Caboclo Pantera Vermelha, Caboclo Jibóia, Caboclo Mata de Fogo, Caboclo Águia Valente, Caboclo Corcel Negro e Caboclo do Monte.
Alguns irmãos umbandistas conhecem estes trabalhadores astrais, com o nome de Caboclos Quimbandeiros.
Pantera Negra aparece como caboclo e exu, mesmo fora da Umbanda. Na região Sul do Brasil, principalmente, o encontramos dentro de um grupo muito especial, chamado de Caboclos Africanos.
Ali ele se manifesta com o nome de Pantera Negro Africano, ao lado de
Arranca-Caveira Africano, Arranca-Estrela Africano e Pai Simão Africano,
entre outros.  A maneira de atuar destes entes é muito parecida com a dos
Caboclos Quimbandeiros, sendo confundidos com frequência.
Alguns adeptos e médiuns que trabalham com estas entidades, acreditam que é o mesmo Pantera.
Porém Seu Pantera Negra vai além. Seu culto é encontrado nos Estados Unidos e no Caribe, como tive a oportunidade de conhecer, dentro do Xamanismo Nativo, Santeria Cubana (ou Regla de Ocha) e Palo Monte.
Lembro de David Lopez, um santero de Porto Rico. Quando ele fez  dezesseis
anos, sua tia, Dona Carita, o levou a uma festa de Orixá e ali ele desmaiou.
Aconselhado por um babalawo, David resolveu fazer o santo. Antes da
iniciação para seu Orixá, como de costume no Caribe, foi celebrado um ritual em honra aos ancestrais (eguns).  Na celebração, incorporou em nosso amigo um espírito de índio bravíssimo…  Batia muito no seu magro peito e
vociferava como se estivesse em uma guerra.  Quando foi pedido o seu nome,disse o indígena: sou Pantera Negra!
Vi o mesmo tipo de transe aqui no Brasil, em raros médiuns de Seu Pantera,
como o querido irmão Mário (Malê) de Ogum, sacerdote umbandista.
No Haiti ele é conhecido como Papa Agassou (Pai Agassou) e aparece como uma negra pantera e não mais como índio.
A tradição considera que ele veio da África, da região do antigo Dahomé,
onde era celebrado como totem e protetor da Casa Real. O primeiro nobre
desta linhagem, contam os mais velhos, foi um homem-fera, pois tinha pai
pantera e mãe humana.
Agassou é muito temido, pois é profundamente justo e não perdoa os fracos de caráter.  Poucos médiuns conseguem suportar a incorporação dele ou de outros espíritos da família das panteras. É necessária muita preparação, firmeza de pensamento e moralidade. Do contrário, e isto realmente acontece, o médium começa a sangrar muito durante a incorporação. É terrível.
Em outras ilhas do Caribe, também encontramos seguidores de Pantera Negra..
Alguns o invocam como espírito indígena e outros como uma força africana,
meio homem, meio felino.
No Brasil, ouvi as mesmas recomendações de pessoas que cultuam ou trabalham com Pantera Negra.  Pai Lúcio me disse, que os aparelhos de Seu Pantera não costumavam beber, falar demais ou serem covardes. Eram disciplinados,verdadeiros guerreiros modernos.
Em certos rituais de Pajelança Cabocla, podemos ouvir o bater incessante do
maracá e o chamado do pajé, que canta:

*YAWARA Ê!*

*YAWARA Ê!*
*HEY YAWARA,*
*YAWARA PIXUNA,*
*PIXUNA Ê, YAWARA,*
*YAWARA, YAWARA!*
Yawara Pixuna, quer dizer Pantera Negra. Alguns traduzem como Onça Negra. O canto acima, pode ser utilizado para afastar espíritos maléficos, que fogem ao ouvir este nome mágico.
Caboclo ou Exu, Pantera ou Onça, brasileiro ou estrangeiro, ele é mais um
mistério que Zambi animou.  O tempo passa, mas Pantera Negra ainda persiste.
SALVE PANTERA NEGRA!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

PRETO VELHO

Sempre uma História de AMOR.


São muitas as lembranças da minha encarnação como escravo em uma fazenda de café no interior paulista. O som da chibata, os gritos dos feitores que saíam à caça dos escravos fugidos, as amas de leite obrigadas a amamentar os filhos da sinhá. Lembranças pungentes de muito sofrimento. Quando a princesa Izabel assinou a Lei Áurea, eu estava velho e muito doente.

A senzala era o único lugar onde o negro conseguia ser livre. Minha história de vida foi muito triste, mas aprendi muito. O sinhô era um homem muito refinado e não me tratava mal, mas a sinhá era uma mulher muito infeliz. Seu coração cheio de fel não sabia amar. Era temida e detestada. Por muito pouco mandava chicotear os escravos da senzala e o sinhô fazia todas suas vontades. Negrinhos eram afastados das suas mães, velhos escravos iam para o tronco e as escravas caseiras tremiam com as ordens da caprichosa sinhá. Eu não me queixava e jamais cultivei o ódio e a vingança. Alguns escravos odiavam os senhores com todas as forças até à morte. No plano espiritual, continuavam a perseguição perturbando os senhores com a força da magia negra e da vingança. Como é bom ser bom! Como é triste ser mau! Quantas lágrimas e sofrimentos os senhores plantaram através de suas atitudes. No entanto, todos caminharemos para a Eterna Felicidade! O caminho mais sublime é o Amor, mas alguns só evoluem através da Dor!

Eu era forte e jovem, mas quando meu grande amor foi vendido, capricho da sinhá, minha saúde nunca mais foi a mesma. Minha vida mudou bastante e o meu consolo eram as rezas. Jamais cultivei a revolta ou a vingança. Os Orixás me davam a paz e o consolo para suportar as provas daquela encarnação.

Pior que a escravidão os grilhões da maldade e do preconceito. Muito pior que nosso sofrimento era o peso dos pecados daqueles que oprimiam seus irmãos de cor.

No dia 13 de maio, a alforria! No entanto, as lembranças marcaram minha vida para sempre. Foi minha encarnação mais proveitosa. Nessa vida de martírios, cultivei a renúncia e a humildade.

Quando desencarnei, meu grande amor estava à minha espera. A linda escrava que eu amei e foi vendida já estava no Plano Espiritual ansiosa pelo meu retorno. Somos todos irmãos! Somos todos iguais!

Muito tempo se passou e agora estou novamente na Terra. Não como espírito encarnado, mas como pai velho trabalhando nos terreiros de Umbanda. Minha vestimenta astral é a de preto velho. Escolhi essa missão para estar mais perto dos meus filhos de fé. Muitos precisam de libertação, da alforria da paz e da fé. Essa é a missão dos pretos velhos! Conselho, resignação, amor e paz! Limpar com a fumaça do cachimbo os miasmas do mal e da doença.

Aceitei essa tarefa sublime por muito amar a Humanidade. Conheci o sofrimento, a humilhação e a pobreza.

Minha mensagem é de libertação! Filho de fé liberte-se dos grilhões do orgulho e do egoísmo. Se você está sofrendo, não desanime! Confie no Pai Oxalá que tudo vê e tudo sabe! Faça sua parte no aprimoramento espiritual e na reformulação das suas atitudes. Liberte-se das vibrações negativas do desânimo, da tristeza e do pessimismo. Ame a Terra! Colabore para que esse Planeta melhore cada vez mais e seja um grande Lar de Amor! Liberte-se do peso da angústia através do Amor! Perdoe seus inimigos, porque Oxalá é o exemplo de Perdão e Misericórdia!

Desejo que Oxalá o ilumine hoje e sempre! Nascemos para vencer e evoluir! Nascemos para conviver com Amor e tolerância! Somos todos irmãos! Nascemos para cumprir apenas uma passagem! A verdadeira vida é a vida espiritual!

Pai João das Almas (Mensagem psicografada por Sandra)

O querido pai velho Pai João das Almas nos acompanha desde o nascimento! Ele teve uma vida pregressa como escravo negro no Brasil. Todos os pais velhos que baixam nos terreiros foram escravos? Não. Eles tomam a forma de negro velho para trabalhar nos terreiros de Umbanda. No entanto, nem todos tiveram encarnações como escravos.

Os pretos velhos são os queridos mensageiros da paz, senhores da experiência e da humildade!

Representam Yorimá, Orixá primaz do Elemento Terra.
Segue-se os 7 Orixás menores, os guias e os protetores. Os Orixás menores são:

Pai Guiné
Pai Congo de Aruanda
Pai Arruda
Pai Tomé
Pai Benedito
Pai Joaquim
Vovó Maria Conga

Guias de Yorimá:

Pai Chico das Almas
Pai João d`Angola
Vovó Cambinda de Guiné, entre outros.

Os pretos velhos utilizam as rezas e os benzimentos. Seus benzimentos com a fumaça do cachimbo limpam a aura dos filhos de fé. Os pais velhos não são viciados no fumo. Os pais velhos evoluídos não precisam do fumo e nem do cachimbo no Plano Espiritual. Ao fumarem seus cachimbos veiculam com a fumaça fortes vibrações que limpam a Aura, desagregando as vibrações negativas que poderiam trazer doenças e sérias perturbações aos filhos de fé. O pai velho sabe como manipular a fumaça de um cachimbo. São vários os graus da evolução de um preto velho. No entanto, todos caminham para a Sabedoria Maior.

Suas mirongas são poderosas. Através do singelo oferecimento do café ou do vinho, os pretos velhos magnetizam a bebida com elementos para a cura e alívio dos filhos de fé. Espíritos evoluídos não tem necessidades materiais. Não precisam tomar café, vinho ou pinga. Se alguns pais velhos utilizam o café ou vinho é por que tem alguma finalidade superior. Estou falando dos pretos velhos evoluídos e sábios.
O médium de Umbanda tem que se aprimorar cada vez mais para ser um instrumento fiel dos sábios pretos velhos.

Ouvir a voz paciente do médium incorporado com seu preto velho, receber seu benzimento traz alívio e reconforto. Os pais velhos benzem crianças com ramos de arruda e alecrim.

A essência da Vibração de Yorimá é o Eucalipto e a Erva Cidreira.
Erva Sagrada: Eucalipto.
Exu Guardião: Pinga-Fogo.
Planeta: Saturno.
Signos: Capricórnio e Aquário.
Cor vibratória: Violeta.
Dia propício: Sábado.

Ervas de Saturno: Trombeta, Bananeira, Tamarindo, Alfavaca, Sete-Sangrias, Vassoura-Preta ou Branca.

Os 7 orixás menores têm seus emissários da luz para as sombras, os Exus Guardiões, que são serventias e elementos de ligação com cada um deles. São:
Pai Guiné: Exu Pinga-Fogo.
Pai Congo de Aruanda: Exu Lodo.
Pai Arruda: Exu Brasa
Pai Tomé: Exu Come-Fogo.
Pai Benedito: Exu Alebá
Pai Joaquim: Exu Bara
Vovó Maria Conga: Exu Caveira.

Como homenagear os queridos pretos velhos no dia 13 de maio? Faça uma prece singela ou acenda uma vela branca. Mantenha sempre uma vibração de paz e concórdia. Ame e compreenda seus irmãos e se liberte dos véus da ignorância e do egoísmo. Não há felicidade suprema sem transformação para o Bem!

Saiba conversar com o preto velho! Não o escravize novamente com pedidos egoístas ou maldosos. Lembre-se da lei da Caridade!

Confie! Oxalá colocou em nosso caminho a serena e experiente proteção dos pretos velhos para nossa libertação!

Bibliografia: Umbanda-a Proto-Síntese Cósmica, Terceira Edição Ampliada, Editora Ícone-Francisco Rivas Neto (Mestre Arapiaga)- pág. 308 a 320.

Sandra Cecília

sábado, 7 de maio de 2011

Importancia do resguardo (preceito)


As pessoas e dirigentes que freqüentam uma casa de axé, estao quase sempre de preceito, nem que seja uma vez a cada dois meses, de resguardo. Ele é uma pedra no caminho de muita gente. O fato de ter algo proibido de ser feito na sua vida, por você, mesmo que por uma parcela pequena de tempo é incômodo. Mas é algo necessário.

O resguardo, ou o que muitos chamam de preceito, é necessário por uma questão de respeito, de manter o corpo “limpo” de interferências outras que não sejam dos orixás. O resguardo nos faz senhores de nós mesmos, aprendemos a dominar a nossa vontade, sacrificamos essa vontade visando um bem maior, não somente nosso, o da nossa comunidade, nossa família de santo.

Ele também mostra aos nossos Inkisses/Orixás/Voduns a força da nossa vontade, que conseguimos usar a razão acima da emoção, da busca pelo prazer, que conseguimos sacrificar um pequeno momento de prazer por um bem maior que vislumbramos para nossa vida. È uma contribuição em troca da força que nos concedem. E acima de tudo é respeito.

É respeito ao trabalho feito em prol do nosso bem, é respeito pelo Orixá/Inkisse/Vodum que está sendo agradado naquela obrigação, é respeito pelo axé que colocaram em nossos oris.

A maior parte dos clientes do candomblé segue, mas não compreendem o porquê dessas restrições, mas nós, iniciados, temos a obrigação de buscar saber como isso é encarado na casa de axé, como o Zelador vê as restrições. Como explica essas restrições.

Geralmente o resguardo inclui a inibição de sexo, bebida, pimenta, cores fortes como preto e vermelho. Esses elementos têm uma ligação íntima com o Orixá Exu.

Um Orixá que está presente em tudo na casa de axé e que não deve ser solicitado ou se desviar do objetivo que é encaminhar nossos pedidos aos Orixás, naquele momento, naquele ritual. Depois de feito o trabalho, os rituais de oferta, ele é o responsável por encaminhar o axé dessas atividades ao mundo dos orixás.

Quando estamos em trabalhos coletivos fazemos uma corrente naquele momento e cada pessoa é um elo, se um quebra o resguardo a corrente se desfaz,e o trabalho perde a força que deveria ter. Ninguém é prejudicado diretamente, pois o Orixá não é punitivo, mas a força não é a mesma. O trabalho não é visto e recebido da mesma forma pelos Orixás.

Por causa disso, vemos casas que fazem trabalhos iniciações que as pessoas só ficam sabendo da saída, o zelador escolhe quem vai participar da corrente. E isso se reflete em perda de aprendizado. Se a pessoa é pouco solicitada na casa, ela passa menos tempo ali dentro e menos ela aprende.


Claro que temos casos de pessoas que impõem resguardos desnecessários, inventam quizilas de acordo com o seu gosto. O que é um desrespeito com quem é obrigado a seguir essas invencionices, e afronta aos Orixás/Inkisses/Voduns que são usados para justificar uma mentira baseada no gosto ou desgosto do zelador.

Temos esse tipo de resguardo coletivo, que enfraquece trabalhos coletivos quando é quebrado; e temos ainda os resguardos de trabalhos individuais. Muitos irmãos vêem ao blog porque quebraram o resguardo e querem saber o que vai acontecer. Como bem respondeu o irmão mais velho,Tomege, Orixá quer ser obedecido. E não se barganha com eles. Quebrou o resguardo, o trabalho foi vão, não se conserta elos de confiança do dia pra noite, é preciso tempo para que Orixá perdoe nossa falha.

Ogã

 



Ogan é o nome genérico para diversas funções masculinas dentro de uma casa de Candomblé. É o sacerdote escolhido pelo orixá para estar lúcido durante todos os trabalhos. Ele não entra em transe, mas mesmo assim não deixa de ter a intuição espiritual.

Os atabaques do candomblé só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu), Xicarangoma (nações Angola e Congo) e Runtó (nação Jeje) que é o responsável pelo Rum (o atabaque maior), e pelos ogans nos atabaques menores sob o seu comando, é o Alagbê que começa o toque e é através do seu desempenho no Rum que o Orixá vai executar sua coreografia, de caça, de guerra, sempre acompanhando o floreio do Rum. O Rum é que comanda o Rumpi e o Lê.

Os atabaques são chamados de Ilú na nação Ketu, e Ngoma na nação Angola, mas todas as nações adotaram esses nomes Rum, Rumpi e Le para os atabaques, apesar de ser denominação Jeje.
Candomblé Jeje

Os cargos de Ogan na nação Jeje são assim classificados:

Pejigan que é o primeiro Ogan da casa Jeje. O mais velho de todos os ogans geralmente mais sábio. Tem a função de cuidar do Peji, altar dos santos e zelar pelo assentamentos dos filhos da casa.

O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje.

Axogun - É um ogan de suma importância no Candomblé, é o responsável pela execução sacrificial dos animais votivos, é um especialista no que faz.

Candomblé Ketu

Alagbê - O chefe dos tocadores de atabaques, os instrumentos de percussão, dominante do atabaque Rum, que através dele o Orixá fará sua dança e com isso comandando os atabaques Rumpi e Lê.

Ogan gibonã - Zelador da casa de exu, outro ogan de suma importância, pois seus conhecimento ajudam na firmeza da casa.

Ogan Apontado - Pessoa apontada como possível candidato a Ogan. Equivalente ao Ogan suspenso.

Ogan Suspenso - Pessoa escolhida por um Orixá para ser um Ogan, é chamado suspenso, por ter passado pela cerimônia onde é colocado em uma cadeira e suspenso pelos Ogans da casa, significando que futuramente será confirmado e passará por todas obrigação para ser um Ogan.

Há também outros Ogans como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé.
 
 
Candomblé Bantu

* Tata NGanga Lumbido - Ogã, guardião das chaves da casa.
* Kambondos - Ogãs.
* Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba - Ogã responsável pelas folhas.
* Tata Kivanda ou Tata Pocó - Ogã responsável pelos sacrifícios animais (mesmo que axogun).
* Tata Muloji - Ogã preparador dos encantamentos com as folhas sagradas e cabaças.
* Tata Mavambu - Ogã ou filho de santo que cuida da casa de exú (de preferência um homem; as mulheres não devem exercer essa função, uma vez que mestruam, só o podendo fazer após a menopausa).
* Xicarangoma - O chefe dos tocadores de atabaques, os instrumentos de percussão.
Responsabilidade de um Ogã

É responsabilidade do ogã, não só no dia da jira como em qualquer dia de trabalho, olhar pelos demais médiuns, bem como pela integridade e pelo bom funcionamento do terreiro. O ogã, especialmente, tem a responsabilidade de se comportar como um médium exemplar e de orientar os demais médiuns a seguir um comportamento apropriado. O ogã é responsável pela jira e pelo transcorrer do trabalho espiritual da casa. O preparo de um ogã abrange a consciência do trabalho que desempenham e de sua responsabilidade, a consciência da energia que está envolvida no trabalho—é isso que faz um ogã.


É tradicional que o ogã seja sempre do sexo masculino. Essa tradição é fundamentada no fato de que sua função exige uma estabilidade emocional que é dificultada pela sensibilidade mediúnica e pelos ciclos hormonais característicos do sexo feminino. O ogã aprende e participa de diversas funções na casa, inclusive as que incluem manipulações energéticas ligadas à proteção contra trabalhos de magia. Nessas situações, um médium do sexo feminino estaria mais propenso a ser afetado emocionalmente do que um médium do sexo masculino, devido à diferença de sensibilidade mediúnica entre os sexos. Assegurar-se que todos os ogãs são do sexo masculino é, assim, uma forma de proteger os médiuns do sexo feminino (as quais são mais aptas que os médiuns do sexo masculino para outras funções dentro da casa, de igual importância).

O ogã anuncia a linha e “puxa” a vibração das entidades na jira, pois o mentor espiritual dos ogãs é o responsável por criar as condições adequadas que atraem as linhas que irão se comunicar. Assim, vê-se a importância dos ogãs saberem os pontos e o que cada ponto significa, a energia que cada ponto traz. A vibração espiritual associada com o médium que está girando está completamente associada com a vibração do canto e da voz dos ogãs. De todos os médiuns, principalmente os ogãs têm a função de concentrar e canalizar as energias durante o trabalho espiritual. O ogã, assim, precisa aprender não só a cantar com o voz, mas, também, com a alma, com o coração. Como o pai-no-santo precisa, muitas vezes, estar incorporado durante a jira, os ogãs não devem contar com ele para saber que linha e que pontos devem cantar. Com o passar do tempo, o ogã conquista uma grande sintonia com os médiuns e com os guias de cada médium, por estar diretamente conectado com os espíritos e as linhas de trabalho que estão encarregados a trabalhar em cada médium. Por isso, a preparação mediúnica antes dos trabalhos é particularmente importante para o bom desempenho de suas funções. Devido a essa conecção, os demais médiuns respondem, na ausência do pai-no-santo durante a jira, à forma de trabalho determinada pelos ogãs. Com a incorporação da entidade, é natural que os ogãs saibam intuitivamente, e pela experiência e observação, o tipo entidade (caboclo, exu, preto-velho etc) e a linha (o orixá) para a qual ela trabalha. Essa sintonia entre os ogãs e as entidades, quando apurada, dá força às entidades, aos médiuns e ao trabalho, de forma geral.

Ogã na Umbanda

E quase igual no candomblé, a diferença e que na Umbanda á palavra Ogã e utilizada para referir o tocador de Atabaque, mais com as funções do candomblé.